Recentemente, um pregador evangélico pentecostal brasileiro que se utiliza da televisão para divulgar suas mensagens e vender seus livros bradou que as igrejas nos lares não devem ser adotadas pelos cristãos brasileiros, por conterem erros bíblicos-doutrinários. Outro dia ele já havia errado ao pregar contra a clara doutrina bíblica da predestinação. Agora erra novamente, pregando contra as bíblicas igrejas nos lares.
Sua pregação contra as igrejas nos lares abordou principalmente dois pontos: a questão da necessidade do pastor como chefe/autoridade de uma igreja, e do edifício-templo,
como local consagrado a Deus. Segundo aquele pastor televisivo, esses “ingredientes” são indispensáveis para que uma igreja seja “de Deus”.
Acerca dos pastores
A respeito da figura do pastor-chefe, oficial com autoridade hierárquica, o famoso pregador televisivo argumentou que as igrejas necessitam de um pastor com autoridade outorgada pela respectiva igreja, para que seja o “canal de Deus”, e que oriente, equipe, dirija e inspire os fiéis. Sua fundamentação bíblica, contudo, baseou-se em passagens do Novo Testamento que não se referem propriamente a pastores de igrejas locais. Nem Timóteo nem Tito eram pastores de igrejas locais. Este é um erro hermenêutico que a igreja protestante e católica precisam corrigir. Timóteo, Tito, e outros eram colaboradores do apóstolo Paulo (cooperadores), portanto, futuros apóstolos, “trainees” de apóstolo. Eles acompanhavam Paulo em suas viagens, e ele os preparou para serem apóstolos como ele; para dar continuidade ao seu ministério apostólico junto às igrejas gentias, depois dele. Eles não eram pastores. Eram futuros apóstolos. E a função do apóstolo era primordialmente plantar (fundar) igrejas e dirigi-las somente enquanto os seus próprios presbíteros não surgissem. Os apóstolos eram mais parecidos com os missionários transculturais (transnacionais) de hoje. Depois de algum tempo de plantação de uma igreja, os apóstolos apontavam pais de família locais, sábios e maduros na fé e na idade (presbíteros), que, depois de reconhecidos pelos demais irmãos, passavam a compor um conselho de dirigentes das igrejas. Composto o Conselho, a igreja se auto-dirigia. Veja:
“Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, e Jáson, e Sosípatro, meus parentes.”(Rom. 16.21)
“Quanto a Tito, ele é meu companheiro e cooperador para convosco;” (2 Cor. 8.23).
“Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nas lutas, e vosso enviado para me socorrer nas minhas necessidades;”(Filip. 2.25).
“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses presbíteros (anciãos), como já te mandei;”(Tito 1.5)
Acerca dos pastores
A respeito da figura do pastor-chefe, oficial com autoridade hierárquica, o famoso pregador televisivo argumentou que as igrejas necessitam de um pastor com autoridade outorgada pela respectiva igreja, para que seja o “canal de Deus”, e que oriente, equipe, dirija e inspire os fiéis. Sua fundamentação bíblica, contudo, baseou-se em passagens do Novo Testamento que não se referem propriamente a pastores de igrejas locais. Nem Timóteo nem Tito eram pastores de igrejas locais. Este é um erro hermenêutico que a igreja protestante e católica precisam corrigir. Timóteo, Tito, e outros eram colaboradores do apóstolo Paulo (cooperadores), portanto, futuros apóstolos, “trainees” de apóstolo. Eles acompanhavam Paulo em suas viagens, e ele os preparou para serem apóstolos como ele; para dar continuidade ao seu ministério apostólico junto às igrejas gentias, depois dele. Eles não eram pastores. Eram futuros apóstolos. E a função do apóstolo era primordialmente plantar (fundar) igrejas e dirigi-las somente enquanto os seus próprios presbíteros não surgissem. Os apóstolos eram mais parecidos com os missionários transculturais (transnacionais) de hoje. Depois de algum tempo de plantação de uma igreja, os apóstolos apontavam pais de família locais, sábios e maduros na fé e na idade (presbíteros), que, depois de reconhecidos pelos demais irmãos, passavam a compor um conselho de dirigentes das igrejas. Composto o Conselho, a igreja se auto-dirigia. Veja:
“Saúdam-vos Timóteo, meu cooperador, e Lúcio, e Jáson, e Sosípatro, meus parentes.”(Rom. 16.21)
“Quanto a Tito, ele é meu companheiro e cooperador para convosco;” (2 Cor. 8.23).
“Julguei, contudo, necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nas lutas, e vosso enviado para me socorrer nas minhas necessidades;”(Filip. 2.25).
“Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses presbíteros (anciãos), como já te mandei;”(Tito 1.5)
(grifos nossos)
Aquele pastor televisivo quer defender a figura do pastor com autoridade hierárquica, porque esquece (ou não sabe) que o próprio Senhor Jesus proibiu a nós cristãos de estabelecermos autoridade hierárquica em nossas igrejas, como o mundo faz. Isto é muito claro em Mateus 20.25-28:
“Sabeis que os governadores dos gentios os dominam, e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; antes, qualquer que entre vós quiser tornar-se grande, será esse o que vos sirva; e qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, será vosso servo; assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos." (grifo nosso)
A palavra traduzida como “autoridade” em Mat. 20.25 é a palavra grega exousia. Irmãos, vocês podem ler o Novo Testamento Grego do início ao fim e jamais encontrarão esta palavra exousia (autoridade) num contexto onde um crente em Cristo tem exousia(autoridade) sobre outro crente! Você nunca encontrará isto no Novo Testamento. Isto simplesmente não está lá.
Outro erro sério daquele pregador televisionado é pensar que não há pastores nas igrejas nos lares. Há sim! E nelas há pastores de acordo com o Novo Testamento, ou seja, homens locais, maduros na fé e na idade, que possuem os dons necessários ao pastoreio “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores-mestres,...” (Ef. 4.11). Pastor é dom e não cargo, nem ofício. Os pastores das igrejas nos lares não são “oficiais”, nem “autoridades”, e não recebem salários. As igrejas nos lares reconhecem esses homens como líderes, logo que eles surgem. E eles lideram a igreja voluntariamente, com amor, resignação e com os seus exemplos. Eles servem – não são servidos. Seus testemunhos de vida é o que lhes dá autoridade. Eles não são como a maioria dos pastores das igrejas institucionalizadas, que agem como diz Judas:
“Estes são os escolhidos em vossas festas-ágape, quando se banqueteiam convosco,pastores que se apascentam a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos; são árvores sem folhas nem fruto, duas vezes mortas, desarraigadas;”(Judas 1.12, grifo nosso).
Nem são dominadores, “mandões”, amantes de cargos e títulos, contra os quais Pedro repreende:
“Aos presbíteros, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou ancião com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade;nem como dominadoressobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho.” (1Pe 5.3, grifo nosso).
Os pastores-presbíteros das igrejas nos lares seguem o exemplo de Paulo, que nunca recebeu dinheiro de uma igreja na qual ele servia. Eles levantam seus próprios sustentos com trabalhos seculares e contribuem financeiramente com as igrejas onde servem. Dão, ao invés de receber, pois "Há maior felicidade em dar do que em receber" (Atos 20.35)
Acerca dos edifícios-templo
O pastor televisivo novamente usou mal a fundamentação bíblica, quando defendeu os edifícios-templos. Ele citou Mateus 21.13: "E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores." Com este verso o pastor afirmou no canal de televisão que Jesus apoiava a construção de templos por cada igreja! Este é um erro tão grande que é difícil não perceber. O Senhor Jesus, quando disse isto, estava expulsando os comerciantes que atuavam no pátio do Templo de Jerusalém, aquele construído por Salomão e reconstruído por Herodes (não com a mesma planta nem com a mesma riqueza de acabamento). Aquele templo -- o Templo de Jerusalém -- era, na terra, o templo de YHWH (Yahweh), o Deus dos Judeus. O único templo na face da terra que havia sido aceito por Deus como local principal (mas não único) de sua manifestação aos Judeus. Era de se esperar que Jesus honrasse aquilo que seu pai honrou -- o Templo de Jerusalém. Porém, Jesus ali estava se referindo exclusiva e diretamente àquele templo, enquanto existia, e não aos templos que existem hoje em toda esquina, construídos por igrejas institucionalizadas. Lembremo-nos de que, logo depois, o mesmo Senhor Jesus profetizou que o Templo de Jerusalém seria destruído e que não restaria "pedra sobre pedra". Isto foi cumprido no ano 70 d.C. quando os romanos invadiram e destruíram Jerusalém, e inclusive, incendiaram o seu templo. E agora? Já que não existe mais aquele templo, onde é hoje a casa de Deus? Todo cristão sabe que é o templo de sua denominação, certo? Errado! O templo hoje é o nosso corpo!
O Senhor Jesus disse a mulher samaritana (João 4) que não se deve adorar “Nem no templo nem no monte, mas em espírito e em verdade”. E Ele enfatizou ainda que são esses os adoradores que Deus procura. Em outras palavras, hoje, o Senhor está interessado em pessoas que o adorem em qualquer lugar por onde andarem, e não em pessoas que o adoram apenas em certos lugares consagrados, e em certos dias sagrados. Isso é religiosidade superficial -- e muitas vezes, falsa. Paulo, o apóstolo, ensinou, em clara harmonia com o ensino de Jesus Cristo, nosso amado Senhor, quenosso corpo é o templo onde habita Deus (ver 1 Cor. 6.19; 2 Tim. 1.14; Tiago 4.5). Se o templo é o nosso corpo, pra que edifícios-templo? Construir templos fere o ensino do Senhor.
O maior problema dos edifícios-templo, além de não serem neo-testamentários, é que eles imprimem subliminarmente na mente dos fiéis, a falsa idéia de que Deus mora nos templos; que Ele só se manifesta e fala com os crentes lá. É preciso ressaltar quea igreja não é um lugar, mas um grupo de pessoas. Os crentes não vão à igreja -- eles, juntos, são a igreja.
Outro problema que os templos causam é a alta despesa para construí-los e/ou mantê-los. Os cristãos que se congregam em igrejas com templos gastam uma enorme quantia na manutenção de templos, ao invés de investir na vida dos “pobres entre nós”. Pesquisas nos Estados Unidos demonstram que 80% do dinheiro arrecadado pelas igrejas institucionalizadas é gasto com manutenção de edifícios e com salário de pastores e funcionários. Na maioria das igrejas nos lares de hoje, ao contrário disso, cerca de 80% de qualquer dinheiro arrecadado é gasto com os necessitados e com missionários; e aproximadamente 20% é gasto com infra-estrutura.
Concluindo, o pregador televisivo equivocou-se enormemente. As igrejas nos lares de hoje continuam bíblicas e válidas como forma de igreja. Aliás, suas práticas se fundamentam muito mais no Novo Testamento do que as da igreja institucionalizada. A igreja do Senhor não precisa de pastores “oficiais” autoritários e assalariados, dominadores, que pesam na carteira do povo de Deus; ela precisa de servos, presbíteros, voluntários, de bom testemunho na sociedade, que amem ao Senhor em primeiro lugar e ao próximo como a si mesmos. A igreja não precisa de templos de concreto e tijolo; ela precisa de templos de carne e osso – irmãos que abram seu coração para que Jesus Cristo venha morar e se manifestar neles.
Grande verdade...difícil de implementar nas mentes nebulosas dos religiosos de nossos dias.
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